terça-feira, 9 de julho de 2013

Heldon: A Maquina Cibernética do Estado Totalitário Intergalático



Banda: Heldon
Genero: Zeuhl / Eletronic / Musica Cibernética Fascista
Periodo em Atividade: 1974/1979 (revival tosco em 1998, nem levem em consideração)

Integrantes:

Richard Pinhas / Guitarra, Moog, Polymoog, Dispositivos Eletronicos
Patrick Gauthier /Mini-Moog, Piano, Polymoog, Teclados 
Francois Auger / Percurssão
Didier Batard / Baixo
Jannik Top / Baixo
Didier Badez / Sequenciador


O Heldon assim como ocorre com o King Crimson no qual se inspirou, é na verdade é a encarnação das ideias musicais de um guitarrista, o francês Richard Pinhas, refletindo, pois, em suas diferentes fases e formações, aos interesses de seu mentor. O som da banda inicialmente se caracteriza por tapetes eletrônicos minimalistas e hipnóticos, no esteio do trabalho de Fripp/Eno em No Pussyfooting (1973), do seminal Kluster e dos primeiros discos do Tangerine Dream. Predominam, pois, guitarras 'tratadas' por uma infinidade de dispositivos eletrônicos, bem como por texturas ambient noise geradas a partir de moogs, sintetizadores VCS3 e ARP. Em 1976, contudo, Pinhas opera uma guinada significativa, tornando o som de sua banda mais ameaçador, claustrofobico e pesado. O primeiro exemplar dessa metamorfose é a monumental Perspective IV, épico que encerra Heldon IV: Agneta Nilsson. Não obstante, a transformação se faria completa com o álbum Heldon V: Un Reve Sans Conséquence Spéciale, e no primorosos Interface (1978) e Stand By (1979) onde temos uma especie de zeuhl 'crimsoniano' eletronico ultra-agressivo e alienígena fornecendo uma sólida base rí­tmica para Pinhas estremecer o Universo com sua guitarra pervertida por toda sorte de distorções eletrônicas.




Vários integrantes do Magma participaram da banda em diversos momentos de sua discografia, o que enriquece ainda mais o potente legado do Heldon. Notemos que apesar da tendencia socialista do próprio Richard Pinhas, sua música é mister salientar possui uma aura muito mais sádica e fascista do que a da maioria dos conjuntos abertamente fascistas que conheço. É o mesmo caso de John Cage e Glenn Branca quando o primeiro disse ao segundo que sua música era fascista e histérica e o mesmo se ofendeu. Destarte os argumentos ideológicos pendam para um lado a alma acaba por pender para outro totalmente diverso, ainda que as vezes nem os próprios indivíduos reparem nisso. Para nós o que realmente importa é que o conjunto tem em sua carreira alguns dos momentos mais estonteantes do Zeuhl e do rock em geral. Em suma, King Crimson + Tangerine Dream + Cyberspaço + Socialismo Revolucionário + Magma, a luz do titulo em seus grandes momentos é feakout inclemente e majestoso, tal como a Estrela da Morte em forma de música, o Imperador Palpatine conversando com Stalin, tudo na banda conjura totalitarismo sonoro: A guitarra de Pinhas é a dissidência de Winston Smith em 1984, enquanto toda a fuzilaria de percurssões e sinthys é a própria policia do pensamento controlada por O'Brien. Vocês devem compreender, em faixas como Stand By ou a Inalcançavel INTERFACE, 4 + 4 = 5 SE ASSIM O PARTIDO HELDON DESEJAR QUE SEJA!








POR: Gabriel Von Kreisler



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