segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Curta-Metragem: Confinópolis
Título: Confinópolis
Diretor: Raphael Araújo
Gênero: Ficção
Duração: 16 min 17
Ano: 2012
País: Brasil
Sinopse: Confinópolis é uma cidade, um lugar onde o totalitarismo reina e as pessoas são trancadas em seus próprios corpos que, no lugar de rostos, têm fechaduras sem chave. O clima de violência dominam a narrativa. Contada em preto e branco, a história torna o absurdo do estado totalitário ainda mais contrastante, sem floreios ou discursos amistosos. Nesse cenário um sujeito sem nome começa a agir contra o patrulhamento imposto pelo totalitário Fechadura Hernandez, em suas buscas ele descobre que pode mudar a realidade do aprisionamento em Confinópolis, mas o caminho para isso é sombrio.
Equipe:
Elenco: Daniel Boone, Tony Squizzo, Leonardo Prata, Nathan Costa, Lucas Bonini
Diretor de Fotografia: Raphael Araújo e Alexandre Barcelos
Diretor de Arte: Camarão Filmes (Alex Vieira, Alexandre Brunoro, Guido Imbroisi e Raphael araújo)
Roteiro: Raphael Araújo
Som: Alexandre Barcelos e Alex Ferreira
Montador: Alexandre Barcelos, Raphael Araújo e Alexandre Brunoro
Produtora:Raphael Araújo
Diretor: Raphael Araújo
Nascido no Espirito Santo, na cidade de Vila Velha, 1985. Formado pela UFES, no curso de Artes Plásticas, 2011. Produziu seus primeiros filmes ainda bem jovem com um grupo de amigos nos anos de 2002/2003, onde formaram um grupo chamado “Camarão Filmes e Ideias Caóticas”. Após anos sem produzir vídeos surge em 2012 “Confinópolis – a terra dos sem-chave”.
Filmografia do Diretor:
2002/ 2003 – O Homem que caga sangue, 07’43”, VHS
2003 – Trash Master – O Mestre dos Lixos, 07’56”, VHS
2012 – Confinópolis – A terra dos sem chave, 16’17”, Digital HD
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
A Carne e o Aço de H. R. Giger
Sondas que escavam corpos, falos que semeiam morte, simbióticos unidos pela dor e gozo: A obra de H. R. Giger (nasc. 1940) explode as fronteiras entre o corpo e a máquina, instaurando um cenário pós-apocalíptico em preto, branco e alguns poucos tons de cinza.
Seus filhos perversos não possuem contornos definidos. Seus limites expandem-se como rizomas, poluindo o óleo com sangue e o sêmen com pólvora. Os buracos do corpo e da máquina são abertos, penetrados e definidos como lugares privilegiados da junção entre o rijo metal e a tenra carne.
A dupla penetração gera seres também duplos, como se o períneo, espaço liminar entre as sondas fertilizadoras e os canais fertilizados, fosse incapaz de garantir a distinção entre os gozos que competem pelo mesmo ventre. Os siameses são os signos dessa confusão genética: Suas carnes misturadas lembram sua origem poluída, a um tempo anal e genital.
Horror maior, essas anatomias ambíguas permitem a auto-fertilização. O ser que devassa e reproduz a si mesmo, gerando uma descendência sem o concurso de outrem, é a própria negação do estado de sociedade, das trocas matrimoniais, do jogo gregário. Condenado ao estado de natureza, sua vida só pode ser breve e sua morte, brutal. Mas violência e brevidade não excluem o gozo, antes parecem torná-lo ainda mais potente, porque definitivo.
H. R. Giger levou ao limite a técnica da aerografia, mas também se aventurou pelo cinema, escultura e arquitetura. Os problemas colocados pelo seu fazer artístico permanecem atuais e carentes de solução: O que fazer com o corpo, com a máquina, com o sexo? O que esperar da conjunção homem-máquina, que nos bate à porta nesses tempos de clones, transplantes e ciborgues? O que fazer com um ser híbrido? Qual o impacto desses híbridos sobre a própria noção de humanidade? Essas são questões abissais e, na beira de abismos, sentimos apenas vertigem.
Texto: RICHARD YBARS da Obvious
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
O ruído era a contribuição dos futuristas à música
Eu repudio o título (do maestro) como o sinal da mediocridade e na ignorancia.” (Pratella)
Os futuristas introduziram os ruídos em suas composições, postas para acabar com as limitaçoes aos timbres e ruidos, para Russolo a música tinha alcançado uma complexidade tão grande que ele concliu que a incorporação do ruído como parte da língua musical era a etapa lógica seguinte, armado com esse tipo de idéias Russolo criou o manifesto a arte dos ruídos, falando sobre a incorporação de sons como estouros, explosões, sussurros, sons de materias como a madeira e o metal, vozes de animais e de homens, gritos, gemidos… Os ritmos que indicou eram infinitos, mas havia sempre um elemento rítmico preliminar a uma parte. Existiam outro ritmos perceptíveis, mas são secundários.
Russolo e um outro Piatti Futurist projetaram os instrumentos chamados “Intonarumori” com uma espécie de alavanca, que eram das classes dos sons e foram projetados especialmente para desempenhos destes tipos de composições, com esse instrumento fez varios concertos. como o abaixo.
detalhe no intonarumori
Luigi Russolo não era o primeiro futurista para criar um manifesto na música. O primeiro manifesto era o Manifesto dos músicos Futuristas escritos em 1912 pelo compositor Balilla Pratella. com pontos como:
“Os músicos devem abandonar os conservatórios e os academies e compôr seu trabalho em uma atmosfera da liberdade completa.”
Os músicos Futuristas acreditaram que antes de tudo a música deve expressar a alma da sociedade para que foi composta. Durante a volta do século, viram esta alma nos avanços tecnologicos novos do tempo: o automóvel, os trens, os navios, e aviões.
Acompanhem - Defenestrando
Os futuristas introduziram os ruídos em suas composições, postas para acabar com as limitaçoes aos timbres e ruidos, para Russolo a música tinha alcançado uma complexidade tão grande que ele concliu que a incorporação do ruído como parte da língua musical era a etapa lógica seguinte, armado com esse tipo de idéias Russolo criou o manifesto a arte dos ruídos, falando sobre a incorporação de sons como estouros, explosões, sussurros, sons de materias como a madeira e o metal, vozes de animais e de homens, gritos, gemidos… Os ritmos que indicou eram infinitos, mas havia sempre um elemento rítmico preliminar a uma parte. Existiam outro ritmos perceptíveis, mas são secundários.
Russolo e um outro Piatti Futurist projetaram os instrumentos chamados “Intonarumori” com uma espécie de alavanca, que eram das classes dos sons e foram projetados especialmente para desempenhos destes tipos de composições, com esse instrumento fez varios concertos. como o abaixo.
detalhe no intonarumori
Luigi Russolo não era o primeiro futurista para criar um manifesto na música. O primeiro manifesto era o Manifesto dos músicos Futuristas escritos em 1912 pelo compositor Balilla Pratella. com pontos como:
“Os músicos devem abandonar os conservatórios e os academies e compôr seu trabalho em uma atmosfera da liberdade completa.”
Os músicos Futuristas acreditaram que antes de tudo a música deve expressar a alma da sociedade para que foi composta. Durante a volta do século, viram esta alma nos avanços tecnologicos novos do tempo: o automóvel, os trens, os navios, e aviões.
Acompanhem - Defenestrando
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Bemônio / SANTO (2013)
FAIXAS:
01- Benedito (5:13)
02- Edwiges (2:14)
03- Lázaro (2:38)
04- Agostinho (3:48)
05- Bento (5:30)
06- Anastacia (5:17)
07- Vicente (3:20)
08- José (4:40)
09- Lucas (2:06)
10- Paulo (3:41)
11- Veridiana (7:11)
12- Aparecida (4:07)
13- Pedro (5:15)
14-Francisco (4:26)
INTEGRANTES:
PAVLO CAETANO: Teclados / Sintetizadores / Wall of Sounds / Guru Espectral / Sombra Fora do Tempo.
GUSTAVO MATTOS: Bateria / Percursionista da Corte de Azatoth / Conclamador da Rebelião Mística.
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS DA VENERÁVEL GANGUE DE PSICOPATAS LISTADA ABAIXO:
GABRIEL MENEZES: Guitarra em "Edwiges"
DANIEL DEVELLY: Trompete em "Lázaros" e "Anastácia"
PAVLO FIORATTI: Vocal em "Agostinho"
PAVLO ROBERTO: Vocal em "Vicente"
ZÉ FELIPE: Guitarra em "Paulo"
MARCELO RODRIGUES: Guitarra em "Veridiana"
BESTA: Música base em "Aparecida"
DEDO: Áudio base em "Pedro"
BERROS EM FRANCISCO POR:
BARBARA KAWKA / ADRIANO ANDRADE / RENAN SALABERGA / ALEXANDRE DUQUE
Ó
IRMÃOS, AJOELHESSEM E SE PROSTEM EM DESESPERO! Para quem não conhece, apesar
deles já terem sido comentados neste blog, uma rápida apresentação: Bemônio é
um duo carioca destinado a ser a banda mais fodida que o Brasil já gerou,
Bemônio é também uma religião e um culto encabeçado por dois flagelos renegados
pela sociedade, Bemonio é aquilo que você não quer ver quando se olha no espelho,
aquilo que você esconde até de si mesmo! Em suma, é fodido, é para poucos, é
para os fortes. E se mesmo isso não basta, saiba que no seu novo lançamento “SANTO”,
Bemônio virou um ensemble sombrio, pois nele se reuniu toda súcia de psicopatas
e sociopatas prontos para odiarem o universo e acabar com qualquer resquício de
felicidade no seu dia!
Quatorze
faixas, todas com nomes de santos originários da cristandade. São os santos
católicos vistos do ponto de vista de Roderick Usher e Lady Madeleine em
companhia de Frei Dolcino de Novara e Margherita de Trento presos num campo de
concentração intergaláctico invocando Azatoth ao passo que T.S. Eliot se
comunica mentalmente com eles diretamente da Terra Devastada e sob as bênçãos e
auspícios de Deus e o Diabo na terra do sol lhes manda as orientações corretas!
SIM! EU VIM PARA DESTRUIR ESSE PLANETA PEQUENO E POBRE, ESSA RAÇA MISERAVEL,
PERVERSA HUMANIDADE! Dark-Punk, raw Black metal, exercícios diabólicos de drone
doom e vai tomar no cu quem ainda liga para uma bosta como Sunn O))) nessa
porra! O álbum tem uma atmosfera realmente tétrica! No geral SANTO pode ser
definido como uma alquimia estarrecedora entre os momentos mais oceânicos de
EXECUTION GROUND do Painkiller, com espasmos cadavéricos de pós-punk e black metal,
somado ao occult rock do Aluk Todolo,
e eu também vi Shub Niggurath ali! Tudo isto torna obrigatória à audição, não
só deste álbum, como de tudo que essa banda fez, realmente os caras tem a minha
aprovação e só lamento não ter podido gravar urros sepulcrais para esse álbum,
mas, paciência, fica para uma próxima oportunidade.
Recomendo
que o álbum seja ouvido em condições especiais, eu fiz o seguinte: Peguei
trechos dos diálogos esotéricos de Platão; do Corpus Hermeticum; dos Vedas,
Puranas e Upanishads; textos da tradição sufi; o Bardo Thödol; o Zohar e o
Talmud; Plotino; Jacob Böhme; Lambsprinck; Martineau, Robert Fludd; Mestre
Eckart; Llull; Swedemborg; Blake; os textos de cátaros e dolcinianos; imprimi e colei nas paredes do meu quarto
para que tais paginas sacras LESSEM a minha alma, em seguida fechei as cortinas
e acendi uma vela em homenagem a Messire
Woland no que fui visitado por Kot
Behemoth, Koroviev, Azzazello e a formissima Hella e só daí coloquei o álbum
para tocar, enquanto jogávamos cartas e apreciávamos o sabor sem igual do porco
salgado em uma dimensão ignota cujo nome e localização cósmica manterei em
segredo. Só
faço uma ressalva visto que foi dito que nenhum católico poderia se curvar
diante deste álbum, bom e cá estou eu o cristão mais atípico deste mundo. Em
minha opinião, Bemônio deveria ser uma obrigação na catequese deste modo teríamos
um cristianismo bem mais ascético e sério, no modelo medieval, o que seria
muito bem vindo ao mundo de hoje.
Por fim, friso que é
muito importante que nós entusiastas da verdadeira musica experimental, dada a
qualidade que o Bemônio apresenta paremos imediatamente com o papo de “melhor
banda brasileira”, isso deprecia. Oras, o duo prova álbum a álbum que em muito
transcendeu esse rótulo e esta em pé de igualdade com qualquer ente do submundo
europeu ou americano, assim sendo devemos colocar as coisas no seu devido
lugar: É fato que hoje o mesmo olimpo da danação sonora onde se encontram
coisas como Aluk Todolo, Blvt Avs Nord, Shub Niggurath, Khanate, Burning Witch,
Saturnalia Temple , ganhou um novo e estarrecedor membro que atende pela
alcunha de Bemônio.
OUÇA O ÁLBUM NA INTEGRA AQUI: http://bemonio.bandcamp.com/
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Abyss,
Ambient,
Bemônio,
Big R.I.P of Universe,
Black Masses,
Cthullu Mytos,
Eletronic,
Estrela da Manha,
FAR OUT,
Ocaso da Civilização,
Occult Rock,
Old Ones,
Outer Gods,
Yog Sothoth
domingo, 18 de agosto de 2013
Lockweld - Industrial Requiem
Lockweld é uma experiência interessante. Formado por não menos que três figuras misteriosas que resolveram se encontrar primeiramente Cleveland e aterrorizar o pequeno centro manufatureiro de Ohio com um som industrial aterrador e exclusivamente eletrônico.
Tentarei expor a visão que tive ao me embriagar de vinho e escutar o seu disco "Industrial Requiem". A música eletrônica do grupo me transportou para um universo cheio de escuridão, emaranhado de cabos e circuitos. Nas entranhas de uma máquina caminhei silencioso dentro de uma dimensão apocalíptica, um universo Cyberpunk, onde se configurou claramente o "opressor" como realidade objetiva e o "perturbador" como realidade subjetiva.
Dentro desse universo vislumbrei nada menos que o futurismo puro.
Saindo do meu universo onírico, o réquiem industrial se comunica objetivamente com o som futurista. Composições feitas a base de timbres inusitados encontrados em ruídos, sons materiais, metal, gritos e gemidos com um pano de fundo de repetição mecânica de uma fábrica funcionando a todo vapor, numa ode insana a produção taylorista, consumindo recursos materiais e espirituais da sociedade numa velocidade frenética.
O réquiem industrial não é nada menos que um sintoma da "Era do Ferro" (Kali Yuga). Nada mais apropriado e profético que nas milenares escrituras hindus o "Ferro" ter sido escolhido ser associado ao fim de um ciclo. Nada mais claro que associativo a indústria. Ao industrial. Estamos no fim!
Aguente:
domingo, 4 de agosto de 2013
O Teatro da Crueldade de Diamanda Galas
Pais de Origem:
Grécia/USA
Subgênero: Experimental
/ Avant Gard
Período de Atividade:
1982 / Atualmente
O olimpo da danação
eterna e da melancolia irresgatável na história da música para mim estão
plenamente encarnados em duas mulheres: Diamanda Galas e Nico. Uma pelo seu explicito
malditismo poético, a outra por um senso de sofrimento tão sadomasoquista que
acaba por torna-la um ser diabólico. Por hora vou me focar na Diamanda
Galas, simplesmente porque estou com mais material a
mão, porem num futuro não muito distante, teremos a Nico por protagonizando um artigo por aqui.
Poeta maldita, louca,
bruxa, pervertida e uma inventiva compositora, dona de uma voz com
alcance talvez apenas comparável a sua erudição literária, além de produtora,
pianista, arranjadora e escritora e pintora isto é Diamanda Galas. Porem que é
isso além de uma glacial e vaga definição técnica? Passemos a essência das
ideias que são muito mais interessantes: Certa vez li num livro que aprecio
muito “O Inquisidor” de um escritor italiano de nome Valério Evangelist uma
passagem sobre o verídico Inquisidor Nicolas de Aymerich e o seu encontro numa
floresta com uma jovem bruxa totalmente nua enquanto era sodomizada por um
Incubo diabólico e sobre o fato o inquisidor relata que “eram tão altos e
agudos os gritos da possuída, que seu clamor blasfemo podia facilmente
ensurdecer todos a sua volta.”. Pois bem, séculos separam o Inquisidor Aymerich
de Diamanda Galas, mas digo que se por algum sortilégio do destino pudesse ser colocado
diante dela cantando ele apontaria para a mesma tomado de ira santa e diria: É ELA, É ELA!
E de fato é ela, a
própria bruxa na floresta emitindo uivos infernais. Definir ela assim vale mais
do que qualquer paragrafo louvando seus tecnicismos vocais ou sua já
incontestável qualidade como musicista e arranjadora. Sua obra é um verdadeiro
Grimoire versando sobre a dor, o desespero, a injustiça, a condenação, a culpa,
a impotência, a incapacidade mental, a alienação, a indiferença esses
sentimentos que ela parece conhecer tão bem e tão enraizados na alma humana que
ela não pensa meia vez em nos condenar a morte com a sua música e talvez
condenar a si mesma com sua blasfêmia, para que nós de frente com horror e o
macabro expurguemos todos os nossos pecados! Assim sendo, ela não se torna
apenas uma fodida experiência musical e artística se torna também uma
experiência metafísica, uma verdadeira Teologia do Desespero. Nascida em San Diego,
California, de pais gregos, a jovem Diamanda teve desde cedo uma rigorosa
formação artística. Estudou desde muito cedo jazz, blues, musica erudita e
canto lírico. A literatura gótica e toda a carga de maldição poética dos
simbolistas franceses vieram para dar o toque final na personalidade de uma
mulher esquisita em sua própria natureza. Talvez seja a ascendência grega, dona
de traços fortes, rudes e cruéis, creio que o paganismo que era praticado na
Grécia Antiga se adapta muito bem as ideias dessa sacerdotisa do ódio perdida
no descaracterizado mundo moderno. Em 1979 sua performance operística no
Festival de Avignon na França, lhe dava ingresso no mundo musical do qual ela
não sairia depois disso.
Da sua discografia
gostaria de citar os sensacionais álbuns da trilogia “The Mask
of Red Death”. Esses três álbuns gravados entre 1986 e 1988 são o ápice da sua
maturidade tanto musical quanto intelectual. A epidemia de AIDS que assolou o
mundo nos anos 80 foi vista por muitos com pânico e horror, e Diamanda sofreu isso quase que na própria pele pois seu irmão era um ator de teatro chamado
Philip-Dimitri Galás contraiu a doença. Os três álbuns são na verdade uma soberba alegoria para contextualizar de modo místico a epidemia e as analogias
que ela fez a celebres epidemias do passado como a lepra e a peste negra são
fantásticas somadas a sempiterna literatura maldita que esta presente de cara
no próprio titulo da trilogia visto que “A Mascara da Morte Escarlate” vem de
Edgar Allan Poe, um conto no qual o escritor versa sobre uma grande praga que
afetou o condado de um príncipe. Sobraram também ao longo dos trabalhos
citações a autores como Gerard de Nerval, Tristan Corbiere, e a sua
impressionante leitura de um dos capítulos mais atrozes do Levitico hebraico
que compõe parte do Antigo Testamento da Biblia o qual versa especialmente
sobre o processo que um sacerdote deve tomar ao diagnosticar a praga de lepra
em um doente. Em 1986, seu irmão morre devido à doença e Diamanda cria uma
espécie de pensamento fatalista sobre o mundo: Estamos todos condenados! Tudo
isto torna “The Divine Punishment”, “Saint of the Pit” ambos de 1986 e “You
Must Be Certain of the Devil” (1988) álbuns tensos, sórdidos e difíceis de
entender, mas ao mesmo tempo são uma das mais impressionantes aulas de música
experimental e técnica vocal que qualquer um já viu na vida e por isso mesmo,
indispensáveis.
Marcadores:
Abyss,
Ambient,
Avant Rock,
Black Masses,
Dark Ambient,
Decadentismo,
Diamanda Galas,
Hereges,
Homicidal Love Songs,
Ritval,
Sadomasoquismo,
Suicide Girls
sábado, 3 de agosto de 2013
The Gordons
Você provavelmente nunca ouviu falar deles, The Gordons é uma daquelas pérolas que você não faz ideia de como conseguiu conhecer.
Estamos falando de uma banda formada em Christchurch, maior cidade da Ilha Sul da Nova Zelândia, em 1980 composta por Alister Parker (guitarra e vocal), John Halvorsen (baixo) e Brent McLachlan (bateria).Com um mordaz punk-rock semi-industrial a banda conquistou certa fama no meio underground e até chamou a atenção de certas revistas especializadas, como a Ripitup, na época em que lançaram seu primeiro álbum "The Gordons" (de 1981), considerado pela revista o álbum do ano.
No entanto, apesar de aparente promissora carreira, a banda costumava ser inconstante, o que prejudicou sua carreira que não passou dos 5 anos com muita dificuldade.
Para quem gosta de uma referência mais conhecida a banda parece misturar elementos de The Cramps com The Sisters Of Mercy.
Encontramos alguns elementos como noise, repetições minimalistas de riffs, vocais afetados, foco no baixo e, algo curioso em uma banda norteada pelo punk, sessões instrumentais relativamente longas.
Uma espécie de áurea Post-Punk-Rockabilly-Proto-Noise (acabei de inventar) percorre o som da banda. Estão presentes a clássica mistura de Rock'n Roll e barulho (ainda de que forma tímida) incrementado com distorções não convencionais, diferentes graus de atonalismo, improvisação e "ruído branco", uma espécie de Jazz "Do it Yourself".
Dica:
Pra quem quiser baixar o disco, ele está disponibilizado no blog inconstant soul. Basta olhar o primeiro comentário que lá estará o link (não colocarei o link direto aqui, vai que dá merda).
Eu baixei, funciona, o problema é que os arquivos estão com extensão FLAC, isso significa que você não conseguirá ouvir em players comuns como Windows Media Player.
Para resolver isso basta baixar esse programa, que vai transformar FLAC em MP3.
Estamos falando de uma banda formada em Christchurch, maior cidade da Ilha Sul da Nova Zelândia, em 1980 composta por Alister Parker (guitarra e vocal), John Halvorsen (baixo) e Brent McLachlan (bateria).Com um mordaz punk-rock semi-industrial a banda conquistou certa fama no meio underground e até chamou a atenção de certas revistas especializadas, como a Ripitup, na época em que lançaram seu primeiro álbum "The Gordons" (de 1981), considerado pela revista o álbum do ano.
No entanto, apesar de aparente promissora carreira, a banda costumava ser inconstante, o que prejudicou sua carreira que não passou dos 5 anos com muita dificuldade.
Para quem gosta de uma referência mais conhecida a banda parece misturar elementos de The Cramps com The Sisters Of Mercy.
Encontramos alguns elementos como noise, repetições minimalistas de riffs, vocais afetados, foco no baixo e, algo curioso em uma banda norteada pelo punk, sessões instrumentais relativamente longas.
Uma espécie de áurea Post-Punk-Rockabilly-Proto-Noise (acabei de inventar) percorre o som da banda. Estão presentes a clássica mistura de Rock'n Roll e barulho (ainda de que forma tímida) incrementado com distorções não convencionais, diferentes graus de atonalismo, improvisação e "ruído branco", uma espécie de Jazz "Do it Yourself".
Dica:
Pra quem quiser baixar o disco, ele está disponibilizado no blog inconstant soul. Basta olhar o primeiro comentário que lá estará o link (não colocarei o link direto aqui, vai que dá merda).
Eu baixei, funciona, o problema é que os arquivos estão com extensão FLAC, isso significa que você não conseguirá ouvir em players comuns como Windows Media Player.
Para resolver isso basta baixar esse programa, que vai transformar FLAC em MP3.
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